quinta-feira, 3 de julho de 2014

Pesadelo em Bridgeport


Para mudar um pouco de ar fomos matar um pouco a saudades de Bridgeport, eu adoro esse lugar, o Chris nem tanto, por ele não sairíamos da ilha, mas ele gosta da nossa casa. Planejamos que não vamos muito além de passeios tranquilos e uma visita na Esplanada das Borboletas, meu lugar favorito da cidade. Ele estava decidido que não sairíamos para beber, nem para dançar, apenas passeios noturnos saudáveis, como jantar fora, essas coisas... De noite, mesmo estando frio e chovendo, fomos jantar fora.
- Eu fiquei encostada embaixo do toldo tentando me proteger, mas ele com todo seu pique foi se arriscar em um rápido banho de chuva. Sei que ele não sente frio, pelo contrário, deve ser seu fogo juvenil que o deixa assim, sinceramente eu não sei...


O resultado veio no dia seguinte, depois de arrumados já preparando para ir a Esplanada das Borboletas notei que ele não estava bem, nunca ele voltava a deitar depois que se levantava. Toquei de leve na sua testa e notei sua temperatura acima do normal, o melhor seria ele continuar em casa. Acho estranho porque eu nunca me separo do Chris, mas iria precisar dar uma ida rápida ao mercado e não iria demorar... Quem manda o meu crianção insistir em ficar brincando na chuva? Eu avisei... Eu não me arrisquei, tenho a minha saúde e a das crianças para me preocupar. Vou aproveitar para testar uma receita que aprendi com um dos vários livros de culinária que ele comprou preocupado com minha alimentação...




Escolhi tudo com calma, não tenho prática com esse tipo de coisa, sempre o Chris que faz isso em casa. Assim que coloquei os pés para fora do local levei o maior susto da minha vida, meu maior pesadelo parecia ter se materializado de repente na minha frente. Ela estava ali passando do outro lado da rua. Eu não acreditei... Sabia que os riscos de encontrá-la aqui nessa cidade existiam, mas a cidade é grande...




Será que sabia que estávamos na cidade? Será que iria atrás do Chris? Larguei tudo no chão e sai em disparada, cruzei a avenida sem me importar com o sinal de trânsito que estava fechado para mim, ignorei as buzinas e corri para onde ela estava, mas cadê ela? Olhei confusa para os lados e não a vi... Andei apressada pela calçada, mas nada... Eu estava delirando? Tenho certeza que eu a vi... Maldita Analiy apareceu para me atormentar.



Respirei fundo tentando me acalmar, mas minhas mãos tremiam e meu coração parecia que iria saltar pela boca. Dei uma última olhada em volta, mas ela não estava ali... Voltei para pegar minhas coisas mesmo assim a procura da assombração. Peguei meu carro no estacionamento e enquanto dirigia olhava em volta, mas nada, deve ter sido impressão, embora tenha sido real demais...



Chegando em casa, guardei as coisas na geladeira, tomei uma ducha e fui ver como ele estava, continuava dormindo, lindo como sempre, parecendo um anjo – o meu anjo danado. Ele estava coberto da cintura para baixo, mas já havia tirado a camiseta naquele frio danado, nunca vi alguém com tanto calor, não quis acordar para fazer com que vestisse uma, apenas puxei a coberta para cobri-lo novamente, fiz um carinho, dei um beijo de leve e sai de fininho. Eu ainda estava com a cabeça a mil comecei a preparar a refeição, esperava me acalmar até que ele acordasse.



Assim que apareceu na cozinha vestindo apenas uma bermuda e camiseta como se estivéssemos no verão ele notou que tinha algo errado, me conhece muito bem.
- Que cara é essa gatinha? Está pálida, parece que viu um fantasma. – Fiquei em duvida se deveria contar para ele ou não o que havia acontecido, eu acabei optando por deixar para lá, apesar de todas as declarações e provas que ele me deu e continua dando esse assunto realmente me desestabiliza. Esse é o único fantasma que eu tento realmente exorcizar, pensar nele com essa mulher acaba comigo. E quando acho que esqueci acontece isso.
- Nada não amor eu estou bem. Ainda bem que pelo menos esta de camisa. – brinquei com ele tentando mudar de assunto. Vamos jantar? Terminei de preparar uma sopa para nós, está com fome?
- Na verdade estou mais preocupado com você do que com fome. Vem aqui... – Ele me puxou pelo braço. – Quer ir ao médico? Sabe que você tem que se cuidar ainda mais agora.
- Estou bem sim – disfarcei – Só com fome, vamos lá, fiz com muito carinho.



quinta-feira, 5 de junho de 2014

Tudo Tão Perfeito Ao Seu Lado...



Durante quase um mês o Chris me levou para conhecer lugares estranhos como Midnight Hollow, Dragon Valley e outros apaixonantes como o Egito e a França, esse último foi uma surpresa de natal, que não poderia ter sido mais maravilhosa, simplesmente perfeita. Mas no final sempre sentia uma vontade imensa de voltar para a ilha, o nosso cantinho especial que nós amamos e escolhemos para fixar residência.



Estávamos super ansiosos com a chegada dos nossos filhos (que ainda não sabíamos o sexo)... O “Meu” Chris havia providenciado tudo para que durante a nossa chegada estivesse tudo finalizado, e, foi o que aconteceu, em um tempo incrível a nossa casa ficou pronta, claro que nos mudamos para lá depois que chegamos de viajem.



Queria muito participar e ajudar mais nos preparativos do casamento, mas o Chris falava que eu deveria me preocupar apenas com o enxoval dos bebês, com meu vestido, as flores, a lista dos convidados e com o buffet que seria servido na festa, o resto seria por conta dele, e eu não deveria me estressar com isso. Queria muito ajudar, mas ele falava que era melhor assim.
- Não amor, você precisa descansar, você cuida desses detalhes e eu cuido do resto, vai ser melhor assim. – Aprendi que com o Chris sempre eu perderia, nunca o conseguia dobrar, pelo menos em relação ao meu próprio bem estar, seus argumentos eram sempre inquestionáveis... 



Apesar do enjoo frequente ele exigia que me alimentasse (mesmo sem fome) e fazia sempre minhas comidas favoritas. Cercava-me de cuidados até de certa forma exagerados de vez em quando, mas eu com certeza poderia acostumar com essa vida cheia de mimos.
Eram raros os dias que ele não cozinhava para mim, eu apenas ficava sentada ali no balcão o vendo para lá e para cá preparando a refeição. Uma visão maravilhosa que eu nunca me cansava de admirar, eu sei que ele faz de propósito, meu "Bebê" gosta de se exibir para mim, e eu não reclamo nem um pouco.




Sempre gostei de ficar apreciando a vista, e sempre gostei ainda mais de provoca-lo de várias formas possíveis. Sentia-me vitoriosa quando ele largava o que estava fazendo para me dar atenção que eu tanto queria.
- Quer se comportar? Assim vai ficar sem jantar – Falava já enquanto se atirava em cima de mim no balcão.
- Eu não estou mesmo com fome... Não de comida...



domingo, 30 de março de 2014

Visitas inesperadas


Durante a semana fomos ao médico e para a nossa surpresa ficamos sabendo que eu estava grávida de gêmeos, o Chris ficou em êxtase e começou a falar que precisávamos mudar para uma casa maior e começou a planejar a construção de uma nova na mesma hora, disse que precisava estar pronta antes da chegada dos bebês não imaginava que ele mesmo planejaria, mas a execução do trabalho seria feito sob a supervisão da sua “mãe” Jessica (Sim mãe, já que ela insiste em dizer que ele é seu bebê), mas na verdade ele é meu... Tenho certeza que ele iria atormenta-la até que a casa ficasse pronta




No final de semana antes viajarmos o Chris disse que precisava sair e que era melhor que ficasse em casa, usou umas desculpas que não me convenceu muito ele sabe que morro de ciúmes dele sair por ai sem mim, mas enfim eu havia terminado de almoçar e sentir aquela brisa só me dava sono... e vontade de comer chocolate... na verdade essa vontade nunca passa desde que eu engravidei. Acho que vou ganhar um bocado de peso durante essa gestação fiquei pensando nos pós e contras de adquirir esse peso adicional e chegue à conclusão que estava com sono demais para pensar nisso... Acabei adormecendo no sofá.





Acordei com o barulho do barco voltando então sai para ver se ele havia trazido um chocolate para mim, quem sabe ele trará um de nozes e avelãs para variar um pouco... Quando fui ao encontro parei no instante em que o vi carregando meu pequeno príncipe Heitor e vi minha Alice correndo ao meu encontro, me abaixei para recebê-la em meus braços.
- Mamãe! – Ela gritou e pulou em meus braços.
- Meu amor... Não conseguia conter a emoção do momento, minha voz mal saiu.





- Quem... Quero dizer... Como vocês...
- A Sally – O Chris não deixou que eu terminasse (ou tentasse) formular a pergunta – Sabe como ela consegue ser insistente, mas pelo que disse foi mais fácil do que imaginávamos.  – Na verdade pouco importava como eles tinham chegado até minha casa, o importante é que estavam os dois ali juntinhos comigo.
- Onde ela está?
- Os deixou comigo e voltou para Bridgeport, mas volta para busca-los e passar um dia conosco.




Alice desceu dos meus braços e peguei meu menininho lindo, como estava crescendo... A saudade que estava deles era sufocante, mas meu Chris pensa em tudo e ele sabe o quanto está sendo difícil ficar longe dos dois. Entramos em casa e ela ficou olhando encabulada. 
- Quer conhecer o resto da casa baixinha? – o Chris a chamou e ela o seguiu, o quarto do bebê foi o último e fiquei esperando sua reação.




Ela secou os olhos eu coloquei o Heitor no chão e a abracei... - Você terá dois irmãozinhos, ou irmãzinhas... Talvez um de cada... Não vai ser legal? Vai ser a mais velha e poderá me ajudar sempre que vier aqui. – Não vou esquecer nunca de vocês e nenhum deles tomará o lugar de vocês, ok? – Ela me deu um abraço mais forte e depois de um longo suspiro me soltou, queria saber o que se passou em sua cabecinha.



Logo ela estava normal, brincou bastante pela casa e de noite na hora de dormir ela foi comigo para o quarto e eu tentava dormir, estava caindo de sono, mas a Alice estava com todo gás pulando na cama e me chamando todo momento para conversar. O Chris ficou com o Heitor no quarto do bebê, foi a primeira vez desde que estamos juntos que dormimos separados, mas no final ele teve mais sorte do que eu porque mesmo dormindo no chão pelo menos estava dormindo.





No dia seguinte fomos leva-los para conhecer a praia, coloquei uma roupa confortável e os levamos para tomar banho de mar, o Chris apenas tirou o sapato e foi brincar com o Heitor na água e a Alice acompanhou. Eu preferi ficar de longe observando, nos últimos dias ando comendo tanto chocolate se eu entrasse na água provavelmente iriam me confundir com uma orca. – Foi lindo ficar olhando o Chris brincando com o Heitor, realmente ele será um ótimo pai.



Infelizmente durou pouco, no início do dia seguinte eles partiram com a Sally que não cumpriu o prometido dizendo que havia mais coisas a fazer em Bridgeport do que pensava e acabou tomando mais seu tempo, mas prometeu voltar em breve. Alice me deu um abraço delicioso e disse que queria voltar assim que fosse possível, não queria que fossem embora foi difícil vê-los partir.
No final do dia meu amado noivo já havia providenciado tudo para nossas viagens, não seria longa como planejou no início já que nossos planos eram que eu me casasse antes da minha barriga crescesse.  No final do próximo mês no máximo eu já seria a Sra. M. Luther.